E, cá estou! Prestes a fechar 2021...
Que ano bem legal. Apesar dos apesares, encerrarei como iniciei, completamente sozinho. Tá, vamos dizer que solitude é diferente de solidão. Eu quis estar comigo mesmo por opção. Mas, sabe, as relações interpessoais me cansam. Desde sempre relutei para ter uma vida socialmente normal.
Sem redes sociais desde 2019 e sem WhatsApp desde outubro deste ano, a minha vida tem sido puro tesão individual. Afinal de contas, quem disse que tudo se resume a uma tela de celular? Não dá, né?
Daí aos quarenta e seis do segundo tempo resolvi passar o natal em Porto Alegre numa balada. Pra quê? Isso não mudou em nada minha vontade de estar só. Parece que forçar a barra não tem sido legal. Quanto mais próximo de outras pessoas, mais sinto necessidade de ficar no meu canto.
Cada um leva a vida que gosta, ou que simplesmente gostaria de ter, ou ainda, que tenta mostrar aos outros que leva. Eu optei por ser feliz comigo mesmo e viver apenas para mim. E ponto final. Mas, às vezes, acredito em um mundo melhor. E daí recaio num Grindr da vida, numa festa pra tentar ser feliz, só que no fim das contas, nada disso resolve.
E a massagem lixo de R$130 que iria aliviar minhas dores sentimentais? hahaha. Foi o tombo mais doloroso de 2021. Grande merda. E eu que pensei ser mais feliz se dependesse das mãos alheias? Aliás, jamais caia nesse erro. Felicidade não depende de ninguém. Só a gente tem o poder de estar em paz e ter saúde. A consequência é ser feliz. Mas, claro, a gente se ilude com a necessidade de outras pessoas.
A toxidade da humanidade tem feito minha cabeça refletir um monte. Dinheiro já me provou que é capaz de garantir conforto, mas jamais suprir lacunas que só encontramos dentro de nós mesmos.
O resumo é esse: paguei adiantado diárias em um hostel para passar o fim-de-ano, mas resolvi ficar em casa sozinho. Quer atitude mais corajosa para enfrentar um ano de 2022 que promete ser intenso?
É isso: comer um pote de sorvete vegano, beber uma champagne e ser feliz.
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