#016... MUITO OBRIGADO, TAMBÉM!

 

Quando a pessoa surgiu na minha vida, nem ideia eu tinha de quem era. Nem bola eu dava na rua, de acordo com ela própria. Éramos bons estranhos. A gente não se conhecia até dezembro do ano passado. Minha fobia de redes sociais, por algum tempo, nos manteve distantes e sem contato. Sem Whatsapp, sem um número de telefone, sem um endereço, sem qualquer possibilidade de criar vínculo.

Mas parece que o roteiro da vida nos prepara capítulos inesperados. Que vacilada! Havia algo em comum entre a gente. Que merda! Sim, algo fez a gente se aproximar. Quem diria que o esporte seria responsável pelo começo de uma amizade. É. E pra variar eu deixei a coisa fluir. Foram meses de chove e não molha. De confidências. De força em momentos delicados. A gente se apoiou quando ser forte foi a única opção que restava. Mas também rimos juntos em outras vezes. E exploramos algumas aventuras gastronômicas também. E chegamos a cantar pela madrugada e também a viajar em um dia chuvoso.

A nossa relação em alguns momentos pareceu uma sanfona. Eu me afastava, mas logo era puxado para a realidade.

Que coisa! Éramos amigos. Apenas amizade. E algo no percurso desta trajetória começou a me fazer desviar a rota. O foco era ser apenas uma boa companhia, onde passei a enxergar a oportunidade de “algo a mais”.

Suportei até onde consegui. Fui forte até onde meu coração deixou. Castrei meus mais puros sentimentos de carinho e amor. Me policiei para não demonstrar o que eu sentia. Disfarcei a minha real natureza simplesmente para agradar. E assim, os meses se passaram, o inverno deu lugar a primavera, e num infeliz dia, resolvi colocar tudo para fora.

Desculpa. Mas não dá para desejar sem tocar. Cansei de me masturbar por horas, fantasiar loucuras sexuais. Já basta de ter fobia por certo modelo de carro quando enxergo na rua. Chega. Isso é algo que não consigo mais carregar. Mas aceitar a realidade é o primeiro passo para a liberdade. Aquilo que está na cabeça, jamais acontecerá. Da paixão platônica e dos fetiches para encarar a vida como ela é.

Minha única preocupação era fazer a pessoa feliz. E consegui.

Antes da amizade acabar, de abrir a porta do carro e nos vermos pela última vez, eu ouvi por diversas vezes: muito obrigado! Muito OBRIGADO! Obrigado! Muito obrigado.

É. Não sou mais amigo. Ou melhor: tentei ser. Mas não consegui. E alguém tem que colocar um ponto final. E essa pessoa sou eu. Muito obrigado por tudo também. Uma pessoa como você, é ímpar. Muito incrível para ser apenas parte de uma amizade. Vá ser feliz. Sei que logo surgirá alguém que preencherá a lacuna do teu coração. Enquanto isso, fico tranquilo sabendo que te restam amigos incríveis e que teu maior tesouro, fruto do teu sangue, logo crescerá e será reflexo do teu altruísmo.

Te cuida, tá?! Te amo.

Ah... E muito obrigado!

Mas muito obrigado mesmo.

 Ahh... Dá o play no filme "Em Queda Livre" (2013).
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