#024... UATIZÁPI

 

Assassinei meu Uatizápi. Descanse em paz!

Motivo de orgulho? Não. Confesso que ali havia muitos contatos legais, muitos clientes que formatei e fiz trabalhos acadêmicos, alguns parentes que há séculos não chamo pra dar um “oi” e, claro, muita gente bloqueada. Aquilo ali estava sendo pesado pra mim. Eu já nem publicava mais nada em meu status para ir aos poucos desapegando do aplicativo. A gota d’água foi essa semana, quando me deu vontade de atirar o celular pela janela. Daí pensei na hipótese de cair na cabeça de alguém e arranjar um problemão. Usei o bom senso e deletei a conta. Que alívioooooooooo! Agora não preciso mais responder “bom dia” em grupo, nem ouvir áudio.


Aproveitei a oportunidade e mandei o chip do meu número de telefone viajar. Despencou do 4º andar e não machucou ninguém lá em baixo. Tô mais leve, dormi melhor e quem quiser me encontrar que lute. Saudade existe pra quê?


Faça por você o que ninguém faria! Estudar, alguém faz por ti? Pra tudo na vida que a resposta é “NÃO”, a gente precisa ser forte e estrategista. Portanto, montei uma verdadeira operação de guerra para vencer os conteúdos que cairão no cargo de Técnico Judiciário que irei disputar com milhares de candidatos neste ano.

 

Em 2018, quando concorri com 2.196 candidatos no concurso da Prefeitura de Lajeado, não tive apoio. Eu trampava em um hostel lá em Porto Alegre e voltei pra terra natal só para ficar estudando. Na época, aluguei um quarto de pensão no bairro Campestre para ter onde dormir, ia pra biblioteca da UNIVATES de manhã ali pelas 8 e ficava até fechar, lá pelas 10 da noite.

 

Detalhe: desempregado! Daí eu comia muito cacetinho com azeitona fatiada. Aquilo ali é a prova de que a minha fome não era por comida, mas pela mudança de vida que eu teria com a aprovação. Inclusive, um amigo que tinha uma cantina no prédio 9 me fazia um prato de feijão sem carne, arroz e batatas-fritas por 10 pila. 


Pensar que em outros tempos eu não tinha sequer onde morar, onde me alimentar, me enchem os olhos d’água. Eu passei muita coisa para estar onde cheguei. Por isso não me preocupo com os comentários de gente que fala mal de servidor público. Trabalho até às 2 da tarde nas sextas-feiras e ganho 3 salários mínimos porque estudei. E o próximo concurso que eu VOU PASSAR tá pagando R$ 7.500 de remuneração, além de benefícios, para trabalhar 30 horas por semana. Portanto, o momento é o seguinte: sentar a bunda na cadeira, baixar a cabeça e estudar!

não há segredos nem milagres para alcançar seus sonhos, mas não desistir já é um bom começo!

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